Desde 2016, primeiro através de processo administrativo, atualmente através de processo judicial ajuizado pelos próprios empregados, a Cagece acusa os engenheiros Fernando Gadelha, Gentil Lima, Iran Farias e Delano Gondim de terem levado a empresa a pagar por serviços não executados em obra de saneamento realizada, na cidade de Tauá.
Em recente desdobramento do caso, a Perícia Técnica realizada, no processo judicial, comprova a inocência dos engenheiros da Companhia, derrubando as acusações da Cagece, em relação ao trabalho realizado pelos empregados.
A advogada dos engenheiros, Marisley Brito, que diz ter recebido, sem surpresa, o resultado, esclarece, que, “Desde 2016, quando os clientes chegaram a responder em processo administrativo disciplinar por suposta improbidade, tendo sido demitidos por justa causa, insistimos na necessidade de realização dessa Perícia Técnica, para provar que a CAGECE não tinha feito pagamento algum por serviços não executados, o que sempre lhes foi negado, pela Empresa. O resultado da perícia, portanto, não foi surpresa”.
A irregularidade apontada pelo Perito Judicial, de acordo com a advogada, não é fato incomum, no âmbito das Administrações Públicas, especialmente quanto às obras realizadas antes da recente mudança da Lei de Licitações. A incompletude ou desatualização de Projetos Básicos, tal como ocorreu quanto à obra de saneamento de Tauá, deu margem a falhas, tornando impossível se fazer um orçamento correto.
“O resultado dessa perícia é a comprovação inegável de que sempre estivemos falando a verdade. A insistência da Cagece em esconder a realidade nos prejudicou muito. Nossas carreiras e vidas foram devastadas por conta dessas acusações. Esse laudo técnico imparcial derruba toda e qualquer dúvida, quanto à nossa inocência”, afirma Gentil Maia, engenheiro, gerente de obras e gestor do contrato.
Entenda o caso:
A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) acusou de improbidade os engenheiros, Fernando Gadelha, engenheiro de fiscalização da obra; Delano Gondim e Iran Cavalcante, coordenadores de obras do Interior; e Gentil Maia, gerente de obras e gestor do contrato, na obra de ampliação do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) do município de Tauá, de responsabilidade da Cagece.
Os quatro empregados da Cagece foram acusados pela companhia e chegaram a ser demitidos, em 2019. No entanto, os engenheiros tinham documentos e registros de todo o trabalho executado que comprovam que a Cagece está, na verdade, devendo à Construtora que realizava a obra.
Segundo o gerente de obra e gestor do projeto, Gentil Maia Lima: “Não estava previsto nem um terço do orçamento real para a realização desta obra. O projeto é de 2008, mas só liberaram a autorização para iniciarmos a escavar em 2013. Durante todo este tempo a cidade de Tauá mudou e todos os quantitativos do projeto estavam fora da realidade que encontramos”.
Os engenheiros comunicaram todas as modificações à cadeia de Gestão (Técnicos Fiscais, Engenheiro Fiscal, Supervisor, Coordenador, Gerente e Diretor de Engenharia), tendo sido decidido pela Diretoria o andamento da obra, inclusive, com uma ordem de reinício assinada entre a empresa e a Cagece, mas o documento foi cancelado depois por “decisão administrativa”.