Após muitos protestos e polêmicas, finalmente foi reposto o nome “Pinto Martins” do Aeroporto Internacional de Fortaleza pela Fraport, empresa alemã que administra o terminal aéreo.
Durante esse período que o nome esteve ausente, o busto de Pinto Martins foi mantido nas instalações do aeroporto, mas para muitos era pouco pelo que representou o engenheiro e aviador Euclides Pinto Martins, referência na aviação mundial.
Um dos empenhados pelo respeito e memória da aviação cearense, o deputado estadual Acrísio Sena, destacou a importância desse ato para o Povo do Ceará.
“Nossa luta pela memória do aviador Pinto Martin deu resultado. Há três anos estamos batalhando para que a Fraport restabeleça o nome original do Aeroporto Internacional de Fortaleza, assim como ocorre em outros Aeroportos pelo mundo. Nossa articulação junto ao Ministério Público do Ceará, imprensa e sociedade civil repercutiu na opinião pública. Hoje (23) a identidade do povo cearense foi fortalecida!”, enfatizou Acrísio.
QUEM FOI PINTO MARTINS?
Euclydes Pinto Martins nasceu em Camocim, no litoral norte do Ceará, em 15 de abril de 1892.
Aos 17 anos, foi para os Estados Unidos, onde se formou em Engenharia Mecânica e estagiou na “Baldwin Locomotive”, uma fábrica de vagões.
Na década de 1920, Pinto Martins se interessou pela aeronáutica. Em 1921, conseguiu o “brevet” de piloto.
Em parceria com o norte-americano Walter Hilton, planejou a travessia do continente americano (de norte a sul) em um hidroavião, um grande, pioneiro e importante feito para a época.
Após seguidos fracassos, um “raide” mais organizado iniciou uma viagem de Nova Iorque ao Rio de Janeiro, que começou em novembro de 1922 e terminou em fevereiro de 1923. Foram 5.678 km de percurso, com incríveis 100 horas de voo, numa viagem repleta de paradas e perigos que incluíram pousos em rios da Amazônia, em áreas onde homens brancos jamais haviam chegado. Detalhe: uma das paradas foi Camocim, a terra natal de Martins.
Na chegada ao Rio, Pinto Martins foi recepcionado pelo Presidente Artur Bernardes e recebeu um prêmio de 200 contos de réis por seu feito histórico. Viajou à Europa e, meses depois, voltou ao Rio de Janeiro com o plano de iniciar as negociações para explorar petróleo, sendo o pioneiro no Brasil nesse ramo.
Pinto Martins morreu em 1924, em circunstâncias brutais jamais elucidadas.
O batismo de Pinto Martins para o aeroporto de Fortaleza foi do então presidente Café Filho, com base em lei aprovada pelo Congresso Nacional.