A falta de diálogo entre os professores da rede estadual e o governador Elmano Freitas (PT) sobre a campanha salarial da categoria levou vários parlamentares à tribuna, nesta terça-feira (09/04). Na Assembleia Legislativa, os deputados Sargento Reginauro (União) e Felipe Mota (União) discursaram sobre o tema.
Reginauro afirmou que durante reunião da última assembleia geral dos professores, profissionais se revoltaram com representantes do Sindicato dos Servidores Públicos lotados nas secretarias de Educação e de Cultura do Estado (Apeoc). “Foram cadeiras voando e confusão. Isso aconteceu porque o sindicato negocia com o Governo e não ouve quem interessa que é a própria categoria. Outro ponto é que o Governo não está preocupado com os trabalhadores. Ele enganou todos os trabalhadores do Estado com uma fake news de reajuste”, apontou.
Felipe Mota cobrou posição do Governo para que os docentes sejam respeitados. “Se somos a melhor educação do País, precisamos ter os melhores profissionais, que sejam respeitados pelo Governo e que recebam nosso carinho também”. E seguiu: “os servidores e alunos não podem pagar por um erro, muitas vezes, de estratégia, de se conservar o diálogo, de puxar para si a responsabilidade de defender aquele que mais precisa”, acrescentou.
Na Câmara Municipal de Fortaleza, as vereadores Adriana Almeida (PT), Adriana Gerônimo (Psol) e Anna Karina (Psol) também levaram o tema à tribuna. As parlamentares criticaram a falta de diálogo com a categoria. “O que eles querem é serem ouvidos pelo Governo do Estado pois inclusive há um impasse atual com sindicato e precisamos garantir essa mesa de negociação”, declarou Adriana Gerônimo. Karina ainda reclamou por não ter sido recebida pelo governador durante tentativa de negociação.
“A minha fala vai estar voltada ao que aconteceu ontem no Palácio da Abolição, onde mais de mil pessoas, professores e professoras estiveram lá para tentar uma reunião com o governador Elmano e infelizmente não aconteceu. A gente tentou de todas as formas fazer acontecer o diálogo mas não foi possível. O próprio sindicato Apeoc não quer dialogar com sua base. Então fazer um apelo ao sindicato e ao governador para ouvirem a categoria”, afirmou Anna Karina.
O governo anunciou o reajuste de 5,62% a partir da folha de pagamento de julho, entre outras medidas que não foram aceitas pela categoria. No entanto, em assembleia geral marcada para votação de greve, o sindicato não abriu votação e o encontro acabou em confusão.