A Comissão de Agropecuária (CA) da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) debateu, nesta terça-feira (11/06), sobre a situação atual da cadeia produtiva do leite no estado e os desafios enfrentado pelos produtores. A necessidade de encontrar soluções para os gargalos que afetam tanto os pequenos quanto os grandes produtores do estado, foi um ponto destacado pelo presidente do colegiado, deputado Missias Dias (PT), ao solicitar a audiência.
O parlamentar citou alguns desafios como custo de produção, necessidade de capacitação e de melhorar a qualidade do produto. Algumas certificações também são tidas como difíceis, principalmente para pequenos produtores, além de questões referentes a logística e comercialização, e variações do preço do leite, que vem preocupando os produtores. Entre os encaminhamentos, o deputado destacou que é necessária a criação de políticas que incentivem a certificação dos produtos beneficiados, com o objetivo de abrir novos mercados e aumentar o valor agregado.
Outros pontos que Missias Dias ressaltou são: incentivo à capacitação, inovações tecnológicas, reforço ao trabalho com as universidades, investimentos e soluções para convivência com o semiárido, melhoria nas condições de algumas estradas, melhores condições para o preço do frete, crédito diferenciado para os produtores, ações preventivas a respeito de doenças bovinas como brucelose, assistência técnica mais presente e com muito mais técnicos profissionais no campo e incentivo ao uso das energias renováveis.
O presidente do Sindicato da Indústria de Lacticínios e Produtos Derivados no Estado do Ceará (Sindlacticinios), José Antunes Mota, acrescentou que os produtores têm dificuldade de manter seus negócios por causa dos atravessadores, que limitam o lucro e tornam mais difícil manter a produção para os pequenos produtores. Ele destacou também que há uma divulgação negativa a respeito do leite e que os produtores devem se unir para reverter essa propaganda negativa e voltar a incentivar o consumo.
O assessor técnico em agropecuária da Ematerce, Daniel Rodrigues, sugeriu o investimento em melhoramento das pastagens e melhoria na qualidade da produção de alimento para o gado, além de subsídio para o preço do frete e mais investimento em tanques de resfriamentos de leite.
O representante da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará, Amorin Sobreira, destacou que o uso de tecnologia para análise dos produtos deve ajudar a corrigir problemas de qualidade na produção. Ele informou que o Governo do Estado está abrindo um credenciamento de laboratórios particulares e que deverão ser investidos em torno de R$ 4,5 milhões “para que todas as análises dos produtos de origem animal sejam realizados dentro do laboratório central, tanto a parte microbiológica como a parte fisicoquímica. E sem custo para o produtor”, explicou.
Também participaram da audiência pública o deputado Felipe Mota (União); o coordenador da Pecuária representando a SDA, Vital Neto; representando a Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Flávio Távora; diretor de Ensino e Pesquisa do Centec, Silas Barros; representante do Sebrae, Germano Parente Blum; secretário de Políticas públicas da Fetraece, Joathan de Souza Magalhães; representante da Cooperativa Central das Áreas de Reforma Agrária do Ceará, Lucimério Araujo; o presidente da associação de Buiatria do Ceará, Kolowviski Dantas; e o gerente de Fomento da Pecuária de Leite da Alvoá Lácteos Ceará, David Girão.