O Ministério Público Eleitoral formalizou uma denúncia na última sexta-feira (12/07) contra um vereador de Canindé, um cabo da Polícia Militar e um empresário, todos acusados de envolvimento em um esquema de compra de votos nas eleições municipais de 2020. Segundo a denúncia apresentada pelo promotor eleitoral Jairo Pequeno Neto, o esquema movimentou quase meio milhão de reais.
De acordo com as investigações, o cabo da PM atuava como agiota, financiando a campanha do vereador em troca de benefícios pessoais, como empregos e contratos na Prefeitura de Canindé. O empresário, por sua vez, intermediava os recursos necessários para viabilizar a compra de votos, garantindo que os acordos eleitorais fossem cumpridos.
O esquema envolvia planejamento prévio e estratégia organizada, incluindo reuniões com eleitores onde eram prometidos ou entregues benefícios ilícitos em troca de votos, como transporte, kits de motocicletas, pagamento de combustível e regularização de documentos veiculares.
“O esquema demonstra a prática de compra de votos como uma atividade organizada, com negociações claras e compromissos financeiros para influenciar diretamente o resultado das eleições. As reuniões e acordos evidenciam um processo deliberado de corrupção eleitoral, em que a troca de vantagens materiais por votos era parte integral da campanha, com pleno conhecimento e envolvimento do candidato”, detalha o promotor Jairo Pequeno Neto.
Os denunciados responderão pelos crimes de compra de votos, conforme o artigo 299 do Código Eleitoral. Além disso, o vereador foi acusado também por omitir em sua declaração oficial a movimentação financeira significativa ocorrida durante a campanha, tipificado no artigo 350 da mesma lei.
O Ministério Público solicitou ainda que a denúncia fosse encaminhada à Câmara Municipal de Canindé para investigar possível quebra de decoro parlamentar por parte do vereador envolvido no esquema.