Museu Inhamuns lança projeto para fortalecer a memória, identidade e acervo do Semiárido cearense

política

A Fundação Bernardo Feitosa, com mais de 40 anos dedicados à cultura e ao patrimônio, anuncia o projeto “Salvaguarda dos Acervos Arqueológico e Paleontológico dos Inhamuns: Pesquisa, Museografia e Educação Patrimonial”. Contemplada no 4º Edital Patrimônio Vivo da Secult-CE, a iniciativa é um marco na preservação e valorização da história, memória e identidade do Sertão dos Inhamuns e do povo cearense.

Em Tauá, Ceará, o Museu Regional dos Inhamuns guarda um legado cultural e ecológico desde 1950, iniciado por Joaquim e Dolores Feitosa. Este projeto busca organizar, conservar e democratizar este valioso acervo, utilizando práticas museológicas modernas e alinhadas ao Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM).

Ações de Impacto: Além da pesquisa, manutenção das peças e curadoria, o projeto conta com uma nova exposição interativa e acessível. Lançará o programa educativo “Aula no Museu” para que escolas abordem disciplinas de história, geografia, ecologia e cultura diretamente do museu; haverá a produção de um catálogo técnico-educativo do acervo e formações para professores e agentes culturais locais, fortalecendo a educação museal.

O acervo, agora em revitalização e catalogação, é um espelho multifacetado do tempo, revelando costumes e tradições do sertão cearense e evidências da biodiversidade dos sertões dos Inhamuns:

  • Memória ancestral indígena: Achados como ferramentas de caça, preparo de alimentos e urnas funerárias, que narram o modo de vida dos primeiros habitantes.
  • Período escravocrata: Itens como correntes, evidenciando a dura realidade e a resiliência dos povos africanos e afro-brasileiros.
  • Riqueza natural: Vestígios fossilizados da fauna local (tatus-bola pré-históricos, peixes nativos), registrando a evolução do bioma do semiárido cearense.
  • Aristocracia Rural: Peças do dia a dia de um século atrás, como utensílios domésticos, artigos religiosos e vestimentas.

“Este projeto materializa nosso compromisso com a história. A memória é base da identidade, e salvaguardar este acervo garante que futuras gerações compreendam suas raízes, valorizem suas origens e construam um futuro mais consciente”, afirma Fátima Feitosa, presidente da Fundação Bernardo Feitosa.

A equipe multidisciplinar inclui especialistas renomados: o historiador e arqueólogo Igor Pedroza; Ms. Artur Fernandes de Souza (Laboratório de Paleontologia da URCA); Profa. Dra. Ana Paula Gomes Bezerra (historiadora e arqueóloga); Renara Régis (produtora executiva); e Ms. José Artur Ferreira Gomes de Andrade (geólogo-paleontólogo na Agência Nacional de Mineração). Todos com suporte da equipe técnica e administrativa da Fundação.

Memória e Patrimônio

Com mais de 40 anos, a Fundação Bernardo Feitosa dedica-se à valorização e preservação da memória e do patrimônio cultural e natural da região dos Inhamuns. Responsável pelo Museu Regional dos Inhamuns, é um pilar cultural e social para a comunidade.

Museu Regional dos Inhamuns: Fundado em 1992, abriga um acervo significativo com cerca de 1500 peças, cuja formação iniciou na década de 1950, na casa de Joaquim e Dolores, em Fortaleza. Sua missão é preservar a história e as tradições da região, sendo um espaço fundamental para pesquisa, educação e o fortalecimento da identidade cultural e ecológica do semiárido cearense.