Psoríase afeta cinco milhões de brasileiros e vai muito além da pele

nacional

Celebrado em 29 de outubro, o Dia Mundial da Psoríase é uma data fundamental para conscientizar sobre uma doença que vai muito além da pele. A psoríase é uma condição inflamatória, sistêmica e autoimune, que se manifesta por meio de placas avermelhadas e descamativas, podendo causar coceira, dor, queimação e rigidez nas articulações. Embora não seja contagiosa, ela impacta fortemente a autoestima e a qualidade de vida de quem convive com o diagnóstico, muitas vezes agravada pelo preconceito e pela falta de informação.

Segundo levantamento recente da Ipsos (uma das principais empresas de pesquisa de mercado do mundo), cerca de cinco milhões de pessoas no Brasil vivem com a doença. O estudo mostrou ainda um crescimento expressivo no número de pacientes em tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS) entre 2019 e 2024, especialmente após a ampliação do acesso a terapias mais modernas. As regiões Sudeste e Sul concentram 75% dos casos, com o estado de São Paulo respondendo por 37,2% do total.

Esses dados reforçam a importância de uma comunicação mais ampla e empática sobre a doença, destacando que a psoríase é crônica, requer acompanhamento contínuo e envolve o organismo como um todo, não apenas a pele. “Ainda existe o equívoco de associar a psoríase apenas à pele, quando, na verdade, estamos falando de uma condição inflamatória que afeta todo o corpo e pode atingir também as articulações. A falta de informação e o preconceito agravam o sofrimento do paciente. Precisamos falar sobre a psoríase com o mesmo cuidado com que tratamos outras doenças crônicas”, destaca Simone Kushida, Gerente Médica da Cellera Farma.

A psoríase não tem cura, mas os tratamentos disponíveis permitem controlar os sintomas e restabelecer a qualidade de vida dos pacientes. No Brasil, já existem opções terapêuticas eficazes que atuam no controle da inflamação e ajudam a reduzir o impacto físico e emocional da doença.

Entre elas, estão medicamentos tópicos e sistêmicos que variam conforme o grau de acometimento e as características de cada paciente. Entre as alternativas tópicas, destacam-se formulações que combinam corticosteroides com agentes queratolíticos, indicadas especialmente para o couro cabeludo e outras áreas com placas mais espessas. Essa associação ajuda a aliviar inflamação, vermelhidão e descamação, proporcionando conforto e melhora da aparência da pele.

“O avanço da ciência e o maior acesso ao tratamento, tanto no sistema público quanto no privado, representam uma virada de chave no enfrentamento da psoríase. Mas ainda precisamos quebrar o estigma e olhar para o paciente de forma integral, com empatia, informação e cuidado contínuo”, reforça Simone.

Falta de informação ainda é uma barreira

A pesquisa também ouviu 164 especialistas, entre dermatologistas e reumatologistas, que apontaram os principais desafios no controle da psoríase:
a falta de informação e conscientização (58%), a busca por atendimento apenas durante as crises (52%), a dificuldade no diagnóstico precoce (50%) e o acesso limitado a tratamentos inovadores (49%). Esses obstáculos reforçam o papel da educação em saúde como ferramenta essencial para o diagnóstico e manejo adequados da doença.