Guilherme Sampaio avalia enfraquecimento da PF em projeto aprovado na Câmara

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O deputado Guilherme Sampaio (PT) avaliou, durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, nesta quarta-feira (19/11), que o texto do projeto de lei contra as facções criminosas aprovado nessa terça-feira (18/11), na Câmara dos Deputados, enfraquece a Polícia Federal (PF) e favorece o crime organizado.

Para o parlamentar, o texto apresentado pelo relator, o deputado Guilherme Derrite (Progressistas-SP), visa enfraquecer a Polícia Federal, a investigação e o serviço de inteligência mais prestigiado das forças de segurança do País. De acordo com ele, a direita no Congresso trabalhou para dificultar o combate às facções criminosas. “Esse é o projeto da extrema-direita bolsonarista. Estão com medo de que a PF investigue milícia. Enfraquecer a Polícia Federal é favorecer essas organizações criminosas”, pontuou.

Um processo de investigação da Polícia Federal, em ação conjunta com o Banco Central, evidencia ainda mais a intenção de enfraquecimento dessa instituição, conforme Guilherme Sampaio. Segundo o líder do Governo na Alece, a ação resultou na liquidação do banco de investimentos Master, investigado por realizar fraudes no mercado financeiro, com prejuízos superiores a R$ 10 bilhões para seus correntistas.

“Esse banco tinha ligações profundas com o Centrão na Câmara dos Deputados e no Senado, era interlocutor de alguns senadores ligados a partidos que, na Operação Carbono Neutro, começaram a aparecer como financiadores do crime organizado. Por que querem fragilizar a PF quando ela começa a chegar no coração dessas organizações? Enquanto está na favela, não tem problema para eles, mas quando chega na Faria Lima, não pode passar, tem que barrar o trabalho da PF”, observou o deputado.

Na avaliação do deputado, há muitos debates demagógicos sobre o tema da segurança pública, e a população não aceita mais a “espetacularização da violência” para a promoção pessoal visando às eleições de 2026. “O povo do Ceará espera dos homens e mulheres que o representa seriedade e responsabilidade, com critérios e embasamentos técnicos para promover paz e segurança”, disse.

A deputada Professora Zuleide (Psol), em aparte, criticou ações como a que aconteceu no Rio de Janeiro, com dezenas de mortes, e defendeu um projeto que mantenha viva a juventude. “Esse projeto aprovado na Câmara é uma cortina de fumaça para não se chegar realmente ao crime organizado”, constatou.

Já a deputada Jô Farias (PT) enfatizou que segurança pública não se faz apenas com o combate, mas com prevenção. Para ela, os governos do PT no Brasil e nos estados atuaram com várias frentes nesse sentido, incluindo o acesso à moradia e à educação. “A violência se combate com inteligência, com ações integradas, mas nunca podemos nos esquecer das pessoas que estão em uma situação de exclusão social”, disse.