Cerimônias no Ground Zero marcam 24 anos dos atentados, enquanto disputas eleitorais e tensões sociais ressurgem; ataques mudaram a história dos EUA, do Brasil e do mundo.
Nova York realizou nesta quinta-feira (11 de setembro de 2025) as cerimônias em memória dos 24 anos dos atentados terroristas de 2001. No Ground Zero, familiares e autoridades participaram de homenagens, com um minuto de silêncio às 8h46 — hora em que o primeiro avião atingiu a Torre Norte do World Trade Center. Houve também leitura dos nomes das quase 3.000 vítimas e toques de sino, marcando o momento mais simbólico da tragédia.
Para quem não viveu aquele dia, pode ser difícil compreender o impacto imediato. Até o momento em que as câmeras de TV flagraram o segundo avião colidindo com a Torre Sul, muitos acreditavam que se tratava apenas de um acidente aéreo. Os jornais chegaram a noticiar que um pequeno avião havia atingido a Torre Norte. A confirmação de que se tratava de um ataque terrorista coordenado mudou drasticamente a percepção de segurança no mundo.
As consequências imediatas foram devastadoras: quase 3 mil mortos e 6 mil feridos em poucas horas. Mas os efeitos se estenderam muito além de Nova York, atingindo toda a sociedade americana e repercutindo globalmente.
O evento, tradicionalmente de luto e unidade, acontece em meio a um clima de divisão política. O assassinato recente do influenciador conservador Charlie Kirk, aliado de Donald Trump, reacendeu tensões eleitorais. O democrata Zohran Mamdani, candidato à prefeitura e muçulmano naturalizado, também se tornou alvo de críticas e ataques, inclusive do ex-presidente Trump, revelando a polarização que ainda permeia a cidade.
Além da disputa política, a data trouxe reflexões sobre identidade e religião. Mamdani destacou que o 11 de Setembro representou o início de uma fase de islamofobia e estigmatização contra comunidades muçulmanas nos EUA.
Como o 11/9 afetou os EUA, o Brasil e o mundo
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Nos Estados Unidos, os atentados desencadearam a “Guerra ao Terror”, a invasão do Afeganistão e do Iraque, a criação do Departamento de Segurança Interna e o fortalecimento de leis de vigilância como o Patriot Act. A política externa e a própria sociedade americana foram moldadas por essas mudanças por mais de duas décadas.
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No Brasil, os impactos foram sentidos principalmente em medidas de segurança aeroportuária, alinhamento diplomático com os EUA e nas consequências econômicas. A instabilidade global após os ataques afetou mercados e investidores, trazendo reflexos diretos para a economia brasileira.
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No mundo, os efeitos foram ainda mais amplos: guerras no Oriente Médio, crise de refugiados, endurecimento de políticas de imigração e maior desconfiança em relação a comunidades muçulmanas. O setor de aviação civil também passou por transformações profundas em protocolos de segurança.
Passados mais de vinte anos, o 11 de Setembro continua sendo um divisor de águas. Mais do que uma lembrança dolorosa para os EUA, é um acontecimento que alterou a geopolítica mundial, influenciou economias, moldou políticas de segurança e deixou marcas na vida de milhões de pessoas — inclusive no Brasil.