Assembleia e UECE realizam reunião virtual com municípios dos litorais leste, oeste e norte para discutir projeto de capacitação de mulheres rendeiras

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A Assembleia Legislativa do estado do Ceará, por meio do Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégico, e a Universidade Estadual do Ceará (UECE) realizaram hoje, 13, pela manhã, uma reunião virtual, por meio da plataforma Zoom, com primeiras-damas, secretários de educação, turismo e assistência social de municípios dos Litorais Leste, Oeste e Norte.

O objetivo foi sensibilizar os participantes sobre o projeto de empregabilidade e capacitação de Mulheres Rendeiras, fruto de uma parceria entre a UECE e o poder legislativo estadual. O projeto abrangerá ao todo 18 municípios, quando serão treinadas 720 mulheres, distribuídas em 18 turmas de 40 vagas, em um curso de 160 horas, que será ministrado em quatro módulos de 40 horas. Os recursos para a realização do projeto serão da ordem de R$ 1,1 milhão, oriundos do Governo Federal, por meio do PRONATEC.

A proposta contemplará a participação dos seguintes municípios: Aquiraz, Cascaval, Beberibe, Fortim, Aracati e Icapuí, no Litoral Leste e Paracuru, Pasraípaba, Trairi, Amontada e Itapipoca, no Litoral Oeste, além de Itarema, Acaraú, Cruz, Jijoca de Jericoacoara, Chaval, Camocim e Barroquinha no Litoral Norte. Segundo a secretária executiva do Conselho, Luiza Martins, a capacitação terá como público alvo mulheres que frequentam a Educação de Jovens e Adultos (EJA), as jovens consideradas nem-nem (as que não estudam e não trabalham) e as beneficiárias do Programa de Atenção Integral à Família (PAIF) e do Programa de Proteção e Atendimento Especializado à Famílias e Indivíduos, de modo a criar oportunidade de formação profissional em artesanias para esses grupos. “A nossa previsão é iniciar o curso em setembro. “Essa capacitação é também uma iniciativa de combate à fome, diagnóstico territorial e inclusão das mulheres”, explica.

O artesanato cearense movimenta uma economia de grande atividade no estado. O turismo atrelado à grande rede de artesãos gera emprego e renda para aqueles que trabalham diretamente e indiretamente no ramo, além de promover a imagem cultural do Ceará no mundo. As peças usadas pelas rendeiras cearenses usando a almofada, linha, bilros e tecido são responsáveis pelo sustento de famílias inteiras. Luiza ressalta que as pessoas que trabalham com atividades ligadas ao artesanato local dispõem de poucas condições de inserção na economia ativa, seja pelas dificuldades inerentes à construção da cadeia produtiva até a identificação de mercados consumidores, seja porque é uma população com baixa escolaridade. “Nossa ideia, ao final da capacitação, é propor a criação de uma escola de artesania para o estado do Ceará”, adianta.

Dentre as disciplinas que estão sendo pensadas para o curso, constam design, modelagem/desenho, práticas motivacionais, precificação/gestão e marketing, além de aulas prática. Durante a reunião, foi solicitado que os municípios realizassem uma seleção prévia das alunas que poderão participar da capacitação. Um dos requisitos para participação no curso é ter a escolaridade mínima do ensino fundamental incompleto. A contrapartida dos municípios será o transporte das alunas, as salas de aula e a indicação de um coordenador local, que acompanhará todo o desenvolvimento da capacitação e será remunerado pelo projeto.