Artigo: Cultivar boas práticas durante a vida é chave para uma velhice feliz

economia nacional

O crescente envelhecimento populacional requer da sociedade e do Estado maior inclinação para os aspectos que perpassam as necessidades das pessoas idosas. Diante da elevação no número de longevos, torna-se fundamental promover condições objetivas que imprimam qualidade aos anos vividos.

Como ato contínuo, o desafio do envelhecimento da força de trabalho no Brasil é uma questão que não pode ser ignorada. Tal afirmação é reforçada por dados como os da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em estudo conduzido pela Ernst & Young e Maturi. O levantamento revelou que, no período de 2012 a 2019, a proporção da população com mais de 50 anos aumentou de 23% para 28%. As projeções apontam que, até 2040, cerca de seis em cada dez trabalhadores brasileiros terão mais de 45 anos de idade. Além disso, os números do IBGE também evidenciam que, em 17 milhões de lares no Brasil, o sustento econômico é mantido por pessoas com mais de 60 anos de idade.

Uma série de fatores implicam na qualidade de vida na velhice. Inegavelmente, estar em constante interação social com a família, os amigos e pares, bem como a prática de exercícios físicos regulares e a alimentação equilibrada, contribuem para um envelhecimento salutar e qualitativo. No entanto, vale destacar que as condições objetivas do sujeito hoje velho são resultado de um somatório de fatores, escolhas e acessos ao longo do curso de vida. Portanto é fundamental cultivar boas práticas no decorrer da trajetória dos sujeitos.

Ressalto ainda que nunca é tarde para fomentar práticas de cuidado e novos projetos de vida. A velhice pode ser uma etapa frutífera nesse quesito. No que se refere ao Sesc, este é pioneiro no Brasil quando se trata do desenvolvimento de atividades voltadas para a velhice. Uma vez tendo sido constatada a prevalência significativa de velhos em suas dependências, a instituição decidiu organizar um trabalho direcionado para esse público.

Levando em consideração os estigmas aos quais o envelhecimento está envolto, tais como os que indicam a ideia da velhice como etapa marcada por declínio e decrepitude, é preciso identificá-la como uma fase natural do curso de vida, que, como para as outras etapas, permite aos sujeitos serem ativos do ponto de vista físico, laboral, intelectual e social. Nesse sentido é fundamental resguardar o direito de envelhecer, com qualidade de vida, sem preconceitos e discriminações etárias.

Tendo em conta a importância do tema, o Trabalho Social com Idosos (TSI) do Sesc Ceará promoverá, nos dias 23, 24 e 26 de outubro, a XVII Semana Social do Envelhecimento e o VI Fórum Comunitário do Envelhecimento. Com o tema “A importância da intergeracionalidade para a desconstrução de preconceitos geracionais”, o evento tem como objetivo fomentar o debate sobre as relações intergeracionais, visando desmitificar esses estereótipos relacionados à velhice e combater o preconceito etário, abordando a importância dessas relações em diferentes fases da vida.

A programação inclui atividades culturais, artísticas, o Baile das Gerações, a Exposição “Casa de Vó” com trabalhos manuais e o Projeto Cidadania Ativa, além da palestra magna “A sociedade para Todas as Idades: a aproximação das gerações na prevenção ao idadismo”. O evento é gratuito e voltado ao público do TSI, com a finalidade de promover interações harmoniosas entre diferentes gerações ao longo da vida.

 

Thaís Castro – Supervisora da Assistência do Sesc Fortaleza