Elmano anuncia mudança no comando da Secretaria de Segurança Pública

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O governador do Ceará, Elmano de Freitas, anunciou a troca no comando da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, nesta segunda-feira (27/05), por meio das redes sociais. Roberto Sá, ex-secretário da Segurança do Rio de Janeiro e do Espírito Santo e delegado da Polícia Federal, assume a pasta no lugar de Samuel Elânio, que ocupava a cadeira desde 2023. “Desejo muito sucesso ao novo secretário Roberto Sá na missão de enfrentar fortemente a criminalidade e proteger os mais de nove milhões de cearenses”, escreveu Elmano.

A saída de Elânio ocorre após as declarações desastrosas do ex-secretário cedidas na semana passada. Na ocasião, o então secretário classificou como “razoável” a quantidade de homicídios no Ceará. O número de homicídios no Estado disparou nos primeiros meses de 2024. Somente em abril, foram 343 homicídios, o mês mais violento no Ceará desde novembro de 2020.

“Um posicionamento absurdo e inacreditável do Secretário de Segurança sobre a criminalidade em Fortaleza e no Ceará. Enquanto isso, o governo do PT deixa o câncer das facções tomarem conta do nosso Estado e da nossa cidade”, criticou o prefeito de Fortaleza, José Sarto, na ocasião.

Trajetórias no ES e RJ

Em sua passagem como secretário da Segurança no Espírito Santo, alcançou bons resultados no primeiro ano da gestão Renato Casagrande, em 2019. No entanto, foi exonerado em abril de 2020, diante do aumento de 66% dos homicídios no estado durante os três primeiros meses do ano, em relação mesmo período de 2019.

Além disso, na ocasião, abril já tinha registrado 143 assassinatos, sendo 13 deles realizados nas últimas 24h de Roberto Sá à frente da Segurança. O resultado bateu o recorde de assassinatos desde a greve da Polícia Militar no ES em 2017, quando forma 130 homicídios em fevereiro daquele ano.

Já pela Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro, onde também atuou como subsecretário, coordenou e planejou o programa das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), apadrinhado pelo ex-governador Sérgio Cabral. Entre março de 2016 e março de 2017, o Rio de Janeiro registrou 21 chacinas, boa parte delas com Sá à frente da pasta. Além disso, durante o período, houve paralisação de policiais militares, em 2017, quando 27 dos 39 batalhões foram bloqueados devido a atrasos no pagamento de salário da categoria.

Deixou a pasta quando foi decretada a intervenção militar no Estado diante do cenário de descontrole da violência, em 2018. “O crime organizado quase tomou conta do Estado do Rio de Janeiro. É uma metástase que se espalha pelo país e ameaça a tranquilidade do nosso povo”, afirmou o então presidente Michel Temer na época.