O deputado Cláudio Pinho (PDT) analisou, durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), nesta quarta-feira (11/12), a situação da saúde em Fortaleza, cobrou maior participação do Estado e da União no financiamento do Instituto Doutor José Frota (IJF) e pediu melhorias também para as unidades de saúde geridas pelo Governo do Estado.
O parlamentar afirmou que buscou saber o que ocasionou a falta de materiais no IJF e outras dificuldades divulgadas na imprensa. Segundo ele, apesar da unidade hospitalar solicitar os materiais necessários, os fornecedores demoraram na entrega, a fim de receber o pagamento integral, ao contrário do habitual, parcelado. “Os fornecedores deixaram o material ir acabando, na intenção de receber à vista, porque sabiam que ia ter mudança de Governo. E isso realmente estrangulou o Instituto Doutor José Frota, que já vinha com problemas de caixa”, pontuou.
Governo do PT abandonou Fortaleza
De acordo com Cláudio Pinho, o cenário do IJF é fruto de algo que ele já denuncia há muito tempo, que é a baixa participação do Estado e da União no custeio do maior hospital de urgência e emergência do Estado. “12% é Governo Federal, 11% é Governo Estadual e 77% Governo Municipal”, destacou.
O deputado se mostrou feliz que o prefeito eleito Evandro Leitão e o governador Elmano Freitas tenham ido atrás de recursos para o IJF em Brasília, mas alertou que outras unidades de saúde, inclusive geridas pelo Governo do Estado, estão precisando de atenção urgente. “Precisamos trazer recursos para o HGF (Hospital Geral de Fortaleza), que cancela cirurgias eletivas. Sei que a crise na saúde pública não é só no Ceará, então, é necessária a união de todos para melhorar a saúde do nosso povo”, disse.
*Seis por meia dúzia*
Apesar da expectativa de inauguração do Hospital Universitário do Ceará, Cláudio Pinho avalia que o impacto positivo para o povo poderia ser ainda melhor, caso não houvesse o fechamento dos leitos do Hospital Geral Dr. César Cals. “Quantos leitos se fecharão, sendo que poderia funcionar o César Cals e o Hospital da Uece? Dessa forma, iríamos melhorar a saúde pública do estado do Ceará, fazendo também que os hospitais regionais funcionem plenamente”.
O deputado Antônio Henrique (PDT), em aparte, questionou o porquê de os governos estadual e federal liberarem mais recursos para o IJF e para a Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza somente agora, ao final da gestão do prefeito José Sarto. “Eu me pergunto por que somente agora, depois de dois anos desses governos, no último mês do governo Sarto, esse dinheiro está sendo liberado. Será que o problema do IJF só foi percebido agora, mesmo que a gente fizesse a denúncia há tanto tempo que o hospital atendia a todo o Estado e recebia tão poucos recursos?”, indagou.
O deputado Sargento Reginauro (União) avaliou que, muitas vezes, a discussão política se sobrepõe à preocupação com o povo de Fortaleza. “A ruptura com o grupo político do prefeito Sarto fez, simplesmente, com que o governador alijasse todo e qualquer equipamento que tivesse um trabalho em parceria do Governo do Estado e Governo Municipal”, disse.
problema antigo
Já o deputado Lucílvio Girão (PSD) observou que o problema da saúde no País é crônico e passa também pelos pagamentos que o Sistema Único de Saúde (SUS) repassa para hospitais e médicos. Ele afirmou também quer a Comissão de Previdência e Saúde da Casa deve fazer uma visita para verificar os gargalos do IJF.