A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) aprovou, na manhã desta terça-feira (05/08), com 31 votos favoráveis, um manifesto em defesa da economia e do povo cearense. A medida é uma resposta à ordem executiva do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros exportados para o país.
O documento foi apresentado pelo presidente da Alece, deputado Romeu Aldigueri (PSB), e lido em plenário pelo presidente em exercício, deputado Danniel Oliveira (MDB). A medida teve ampla adesão dos parlamentares, que destacaram os prejuízos diretos ao Ceará, estado que registrou em 2024 quase 45% de suas exportações com destino aos Estados Unidos, com destaque para setores como aço, pescados, castanhas e pás eólicas.
Em sua justificativa de voto, o deputado Salmito (PSB) alertou para os impactos diretos da tarifa na economia do estado. “O Ceará abriga o maior polo da indústria calçadista do Brasil. Temos empresas genuinamente cearenses, como a Cerbras, que exporta revestimentos cerâmicos para os Estados Unidos, e a Durametal, referência no setor metalmecânico, que também exporta para o mercado americano. Ambas serão diretamente afetadas por essa taxação de 50%”, afirmou.
O parlamentar também ressaltou que não é apenas o setor industrial que será prejudicado, mas também a agropecuária, a fruticultura e a pesca, setores que geram milhares de empregos no estado. Ele ainda criticou a postura seletiva do governo norte-americano: “O presidente dos Estados Unidos recuou quando percebeu que empresas americanas que fabricam e envasam suco de laranja seriam prejudicadas pelas tarifas e defendeu sua economia. Nós, aqui, temos a obrigação política, não politicagem, de fazer o mesmo: defender o emprego, as empresas e o povo cearense”.
O manifesto aprovado representa a posição oficial da Alece e será encaminhado às autoridades federais brasileiras e a organismos internacionais como forma de protesto e de defesa do setor produtivo do Ceará.
